sábado, 13 de novembro de 2010

A estrada.

Os regressos são sempre reflexivos.
Especialmente aqueles que são longos, curvilíneos e carregados de uma pesada solidão!
Transformam-nos numa estranha espécie de saco de inertes que, por acaso, vem a conduzir um automóvel.
Chega ao final, estaciona, acorda e vê-se envolvido pela deliciosa sensação de não recordar um só metro desse longo percurso. De ter atravessado um espaço de tempo...sem tempo e, se calhar, sem lugar!
O que se terá passado, nesse entretanto?
Nada de extraordinário. Mero exercício de esvaziamento. Tentativa, quantas vezes vã, de nos recentrarmos, na sequência de um turbilhão mental que, por um momento, nos afasta da lucidez.
Três dias, trinta pessoas...
Diagnósticos: assustadores!
Terapêuticas: aterradoras!
Que raio de mundo ousàmos deixar às gerações vindouras?
Que raio de Códigos de Conduta fomos escrevendo ao longo dos últimos cem anos?
Atravessàmo-los, alegremente, a cuspir para o ar.
É bom que estejamos preparados porque vamos começar a levar com ele - todo! - na tromba!
A maldita força da gravidade, não conhece o perdão. Nunca ninguém tentou apresentar-lho!...
Pelo que, em matéria de perdões, estamos à beira de ficar conversados...