quarta-feira, 25 de março de 2009

Deprimente!

Durante uma dúzia de anos vivi numa vilória simpática que, então, era conhecida por Cascais.

Sabia bem chegar ali ao final do dia.

Sabiam bem os fins de semana - com excepção do período estival, como é bom de ver ! - solarengos e modorrentos. A leitura da imprensa "sabadina" era posta em dia, na obrigatória esplanada da Estalagem do Farol. Em contraponto, nos dias chuvosos a opção ( minha, claro! ) recaía, sempre, no Muxaxo.
O borbulhar das cascatas interiores da zona do bar, eram um convite indeclinável àquele giboiar das ideias, por sobre um mar cinzento que teimava em fustigar a mais bela praia do mundo. O Guincho. Mesmo com chuva é linda..........
Era quase.......perfeito !

Um dia, catapultam Helena Roseta até à presidência da câmara. Lembro-me de ter dito, nostálgicamente, a um amigo, que Cascais começaria a morrer nesse dia ! Nesse ano não morreu mas quase se afogou !!

Acto contínuo começou a parada dos horrores. Condomínios de todos os tipos - cada um mais pavoroso que o anterior - saltam como cogumelos, enxameando toda a lindíssima orla costeira.

Cascais tinha, finalmente, cedido a essa horda mal-cheirosa e corrupta, que dá pelo nome de empreiteiros. Cascais tinha-se-lhes tornado o Éden.

Atrás de mim virá, quem de mim bom fará, diz o povo ! Mais uma vez teve razão !
Seguiu -se-lhe uma criatura, acudia ela ao nome de Dargent , que elevou aquela "política" a patamares inenarráveis de corrupção com a consequente proliferação de mamarrachos "plantados" em qualquer lugar que tivesse a desdita de ter mais de 100m2 !

Estava na hora de arrepiar caminho. Felizmente já não assisti ao descalabro final, desencadeado por José Luis Judas.

Ontem passei lá e pude constatar que, aquele descalabro, assumiu foros de autêntico paroxismo.
É arrepiante passar-se naquilo que, outrora, se chamava Cascais. Como se chamará agora?

Por muitíssimo menos, houve muito boa gente que foi conduzida ao patíbulo !!

Noutras épocas, era um privilégio viver-se em Cascais. Hoje, é um privilégio não termos sequer, de nos aproximar daquela coisa !

País de merda !