domingo, 20 de janeiro de 2013

Aos abrigos.

Definitivamente, o que se vai passando por cá, deixou de ser "varrido" pelo meu radar.
Em contrapartida, estou muitíssimo atento ao que, por detràs dos panos, se apresta a estoirar do outro lado do Atlântico.
Ora então, vejamos.
- Leio em Orrin Hatch (R), o "dinossáurico" senador do Utah que, "a bolha que está aí ao virar da esquina, deixará nas lonas, as poupanças de incontáveis milhões de americanos";
- acrescento-lhe Leonard Burman, da Universidade de Syracusa que, há dias, façanhudo, avisou o Senado, de que se prepara uma "brincadeira" de consequências devastadoras e cito, "...para nós próprios e para o resto do mundo"; 
- se juntarmos uma pitada de 6 pimentas ( Goldman Sachs, Bank of America, Morgan Stanley, JP Morgan, Oppenheimer Funds - estes foram os que li!), segundo os quais, milhões de investidores, por todo o mundo, correm sérios riscos de bancarrota, constatamos que a "sopa", começa a ganhar algum sabor. E como eles estão a gostar disso!...Já perceberam de que lado, estão a colocar as fichas?
De que é este gajo está a "falar", estarão Vocelências a perguntar-se.
Já lá vamos.
Recuemos até finais dos anos 90. Lembrar-se-ão certamente da bolha das dot.com. E de um dia em que o Nasdaq "tropeçou" 78%, de tal forma que, algumas das "queridas" tecnológicas, passaram de 400$ para quase 0, em menos tempo do que leva a escrever esta frase? Pois.
Lembram-se também, estou certo, da mais recente bolha do imobiliário que nos trouxe à linda situação em que, hoje, está este mundo.
Pois bem, somem o resultado das duas e, nem de perto, se assemelhará ao que vem por aí.
Apenas uma coisa é certa. Uma bolha, rebenta sempre. Sem excepções. E quanto maiores são, mais pesada é a queda e os respectivos danos colaterais. Porque não passam de meros esquemas de Ponzi, em escala gigante. Colapsam, invariavelmente, quando o dinheiro deixa de fluir.
Essa bolha, acode ao nome, de mercado de divída.
Já entram pelos olhos dentro, as movimentações de alguns dos maiores bancos centrais do mundo. Não só não compram, como estão a livrar-se dela por todos os meios, lícitos ou não. Isso pouco importa.
Lê-se no site do FED que a soma da capitalização bolsista de todas as empresas americanas, cotadas em todas as bolsas do continente, ascende a 25,8 trillion! Se juntarmos a isto, o valor de mercado de todos os "derivatives", são mais 2 trillion. Temos pois, quase 28 trillion, de material disponível nos mercados, para fazermos umas brincadeiras! Uma bagatela, não é?
Pois isso são trocos.
Se considerarem o montante de obrigações e outros instrumentos de dívida que os USA colocaram nos mercados desde 2000, chega-se ao simpático número de 55,3 (sempre trillion). Mas, calma aí, porque faltam os bancos que tomaram firme, todo aquele lixo. Só os americanos, detêm 179, em derivativos baseados no mercado das obrigações. Ainda estão a somar? Vamos então em 234,3. Ou seja, oito vezes a dimensão de todos os mercados bolsistas americanos juntos.
"Tá-se" mesmo a ver, não "tá-se"?
Até já há quem se lhes refira como os "criminosos de Washington".
Onde é que está a dificuldade em perceber o frenesim do FMI?
Ouço, por aí, que Portugal quer regressar aos mercados. Eh...eh...eh!
Uma coisa é igualmente certinha. Muita gente vai ganhar "sacos de dinheiro", com aquele estoiro.