Exacto. Completamente conforme com Peter Ustinov.
Hoje, jantei a olhar um qualquer telejornal. Coisas próprias de um day-off. Infelizmente, ainda não consigo comer e ler, a um só tempo.
19h, produz-se-me a interminável Assunção Esteves a baralhar a matemática toda. Não sei sequer do que se tratava. Coisa desinteressante, por certo.
Tipo adopção por same-sexers.
Mas isso sou eu a escrever, que não passo de um bota-de-elástico.
Ainda tinha o pargo no forno e, isso sim, é assunto muitíssimo sério.
Já a chupar as espinhas, transitam para a AG de uma empresa privada. Coisa igualmente importante. Vende-se, ou não se vende?
Primeira epifania. Uma jornalista - licenciada, por certo - assegura-me, na tromba, que a reunião tinha "acabado de terminar".
Vejo sair, em bicha de pirilau, pequenos, grandes e médios accionistas. Brasucas à mistura. Até o sobrinho do tio disse coisas.
Olhei tudo aquilo, com um ar de desfastio mas, manifestamente mais atento ao pargo, que ia desaparecendo do meu prato.
César Alierta, lembrei-me, é que teve razão, ao livrar-se do índio e do Granadeiro, a tempo. Tomem lá uns tostões e vão dar uma curva ao bilhar grande.
Agora, parece, andam por aí uns franciús a querer comprar a coisa.
E, com um tuga de sucesso à mistura, detentor de 30% da entidade compradora.
Óptimo. E eu com isso?
Segunda epifania. Olhei o prato. Já só sobravam mesmo espinhas.
Desliguei o televisor e dei uma sonora gargalhada.
Já nem Draghi e a sua impressora me conseguem animar.
Vou mas é voltar a Shakespeare, que "não acaba de acabar".
