segunda-feira, 22 de junho de 2015

A bela Palmira.

Para minha infinita desdita, devolvi o televisor à vida e caí sobre uma qualquer conferência de imprensa que juntava dois moços. Qualquer dos casos, provas vivas de que os acidentes genéticos podem muito mais do que a vontade humana. Predestinaram-nos ao ofício de primeiros-ministros.
Lembro-me vagamente de perorarem sobre dinheiro, juros, crescimento, Grécia e banalidades colaterais. 
A pútrida e costumeira língua de pau, incompreensível à esmagadora maioria dos mortais.
O meu pensamento, nesse momento, jazia muito longe da Galiza.
Na Síria, mais própriamente em Palmira.
O mais impressionante e belo repositório histórico da nossa memória colectiva. Que um bando de indigentes descerebrados e portadores de lençois nos cornos, se prepara para dinamitar a soldo, sabe deus (ou o allah) de quem. Ou de quê.
Com o beneplácito ignaro e bovino, de toda uma humanidade. 
Que tem pena, a fazer fé nas crónicas.
Trocamos a nossa memória por uns dinheiros. Óptimo.
Não merecemos, sequer, o ar que respiramos.
Tudo o que nos possa acontecer, será sempre pouco.