domingo, 17 de outubro de 2010

Aquele país não é para ninguém!...

Nada de mais dramático para um país do que...não o ser!
Ou melhor, sê-lo mas apenas...no papel. Ou até na forma jurídica o que, para o caso, conta zero.
A verdadeira alma de um país são as pessoas e não Constituições, mais ou menos bem encardernadas.
O drama espanhol - que até muito recentemente, apenas se comentava à "boca pequena" - começa a fervilhar à superfície, agora sem medos!

Reza a História que Franco, uns dois ou três anos antes de morrer, terá confidenciado aos seus mais próximos colaboradores, algo que não andará muito longe disto: "Si no me ocurre, rapidito, una idea brillante...España morirá conmigo"!
Fraga, um feroz autonomista - desde a planta dos pés ao cucuruto da cabeça! - ter-lhe-á sugerido, assim como quem não quer a coisa,..."promova uma alteração da Constituição e prepare o jovem Juan Carlos para lhe suceder"!

A resposta de Franco, não se fez esperar. Trata disso!...

Manuel Fraga sabia, como ninguém, que era inútil tentar afrontar o Caudillo. Era muito melhor para a "saúde" de todos, esperar mais um pouco! A coisa política estava a atirar para o explosivo. Carrero Blanco tinha acabado de "morir de un sobresalto", como então se dizia por Madrid. Todo o cuidado era pouco! Franco era muito atreito a fúrias repentinas...
Sabiam, por outro lado, que Juan Carlos era um jovem de saúde muito frágil, fragilidade essa, especialmente acentuada com a morte do irmão, no Estoril.
Estava encontrada a saída. O resto é a história que todos conhecemos.

Fraga, como sempre, viu longe! E o tempo tem-se encarregado de lhe dar razão. E de que forma.
A circunstância de Espanha ter um OGE aprovado com os votos do PNV, só pode ter provocado sonoras gargalhadas na noite galega!
Eu quase as ouvi daqui, do alto da minha colina. Juro!

Já não estará muito distante o dia em que Portugal passará a fazer fronteira com mais do que um país!
E só espero que sejam repostos os guardas fronteiriços.