quinta-feira, 24 de setembro de 2009

Portugal e o portugal deles.

Um simpático leitor (mas anónimo, porquê?), pergunta-me se o "portugal deles" - que tenho referido últimamente - não é também o meu.
Não, meu caro senhor, não é.
O meu escreve-se com letra grande e há décadas que está "atirado" para o fundo de uma qualquer gaveta. Eu, pelo menos, nunca mais o vi. Mas isso são questões de postura política que não são para aqui chamadas. Esclarecê-lo-ei, com o maior dos gostos, no momento em que lhe conhecer um nome e uma cara. E fá-lo-ei aqui, públicamente. Nunca reneguei as minhas "convicções políticas". Quem me conhece sabe que é assim. Que sempre assim foi. E sempre assim será, acrescento eu. E quanto mais velho fico, mais rezingão vou ficando.
Sou o que sou. Quem gosta, come. Quem não gosta, cospe.
Tenho vocação nula para "dançarina". Sou aquilo a que se chama um "pé de chumbo".
Inquere-me igualmente sobre o que penso de Cavaco e da sua recente diatribe.
Vamos por partes. Quanto ao "político", não penso nada. Tenho uma enorme dificuldade em produzir opiniões sobre nulidades. Deixo esse encargo aos "filósofos do regime". Cavaco é uma "coisa" politicamente inexistente.
Quanto a quem está por detrás dele, a conversa é outra. Não sei quem é, embora desconfie...
Não reconheço a Cavaco, inteligência política para urdir uma teia com esta dimensão.
Mas que está bem "esgalhada", não haja sobre isso a menor dúvida. Os dois anos que se vão seguir, não serão nada benéficos para a saúde de ninguém. É normal que "ele" queira que, quem comeu a carne, roa também os ossos!
Pinto de Sousa deve continuar em S. Bento por mais dois anos. Tem duas grandes vantagens. Leva os cidadãos ao desespero completo, só de olhar para aquele fácies repelente e, não menos importante, acaba com qualquer veleidade política futura que a criatura possa, eventualmente, acalentar.
Eleições nesse momento, reduzem-no a menos de 20%.
Por outro lado limpa o PPD. Esta será a parte difícil. Nem Sá Carneiro conseguiu. Mas alguém terá de ter a coragem de meter a mão dentro do saco de gatos. Sob pena do partido, pura e simplesmente, se estiolar. Todos podemos viver sem uma mão!
As figuras que compõem as "linhas de combate" do partido são, no mínimo, risíveis. Terá gente decente e capaz de tomar o leme? Não faço idéia. O que sei é que de Ferreira Leite a Pacheco Pereira, de Passos Coelho a Menezes, de Marques Mendes a Rui Rio e mais um longo e fastidioso etc., o que fizeram, está à vista de todos sem necessidade de pormenorizações. Como digo algures por aí, não tenho memória de ver tanto atrasado mental por metro quadrado!
Esta estratégia, que aplaudo sonoramente, vem sendo afinada de há anos para cá. O clímax tinha, forçosamente, de coincidir com este período eleitoral.
Não me parece que Lima tenha sido "despedido". Foi estratégicamente, colocado à sombra. Vão ser dois anos de muito trabalho. E não pode ser feito debaixo dos holofotes.
Está em jogo, a sobrevivência política de muita gente!
Fiz-me perceber?