quarta-feira, 7 de abril de 2010

Os homens que vendem horas de tempo perdido.

Ontem andei por aqui, numa tentativa vã, de perceber se estas cabeças produziam algo de novo e interessante. É escusado. Puro tempo perdido.
Sinceramente, àquela hora, falharam-me os adjectivos mas não me falhou a memória.
Precisei de tempo para encontrar o que queria.
Já tinham passado meia dúzia de anos. Mas sabia o que procurava.
"Vesti o escafandro" e mergulhei na biblioteca. Ao cabo de duas horas, eureka! Tinha Manuel Rivas na mão. E o que é mais importante, "El lápiz del carpintero". Estava salvo. Lembrava-me vagamente de um parágrafo que me fizera soltar uma saudável gargalhada e que se aplica que nem uma luva à mole política que tomou conta deste desgraçado mundo. Reli o livro quase todo mas encontrei...

Divirtam-se!

«En cierta forma, decia el doctor Da Barca, el humano no es fruto de la perfección, sino de una enfermedad. El mutante del que procedemos tuvo que ponerse en pie por algún problema patológico. Se encontrava en clara inferioridad frente a sus predecesores cuadrúpedos.
No hablemos ya de la pérdida del rabo y del pelo. Desde el punto de vista biológico, era una calamidad. Yo creo que la risa la inventó el chimpancé la primera vez que se encontró en aquel escenário con el Homo erectus. Imaginaos. Un tipo erguido, sin rabo y medio pelado. Patético. Para morir de risa.»
Obrigado, Manuel Rivas...