segunda-feira, 8 de outubro de 2018

Fraseado solto.

Será muito saudável que a incompreensível (pelo menos para mim) "esquerda" planetária que foi acampando pela paisagem nos últimos anos, com o bornal a abarrotar de "conceitos" tão distantes do pulsar do ser humano como a terra está do centro da galáxia, se vá adaptando à idéia de que o seu existir caminha inexoravelmente para o fim. Nenhum ser, por vagamente pensante que seja, consegue aguentar por muito mais tempo este trilho cavado por cripto-humanóides plastificados, a soldo, e que ninguém entende. Não é um progresso. É uma tentativa de imposição de uma forma distorcida de animalidade (uma espécie de anestesia estupidificante) que até a etologia de Lorenz e von Frisch teria dificuldade em explicar.
O Brasil foi apenas o último exemplo. Que, e por aqui me ficarei, já elegeu o presidente. Para enorme desespero de "esquerdistas", comentadores e analistas avulsos que saem de todos os buracos imagináveis, todos eles com a boa solução para o eterno problema da quadratura do círculo.
O que se passa por lá, fica por lá. É inútil dar-lhes mais importância do que aquela que, na realidade têm.
Interessa-me o quadro geral. E nele, o que vejo? Vejo todo um mundo a querer libertar-se das garras sufocantes de uma "esquerda" politicamente correcta, seja lá o que for que isso queira dizer. Farto de aplaudir banalidades existênciais promovidas até à náusea com o exclusivo intuito de esboroar uma vivência em comum, coisa já de si e sem outras colateralidades, nada fácil. Quase me faz ter saudades da velha esquerda musculada, mas franca no combate. Todo o mundo sabia ao que ia. Este fenómeno de rejeição óbvia começado nos Estados Unidos transportou-se, para já, para países tão insuspeitos como a Áustria, alguns nórdicos, o leste-europeu, a Itália e todos os que se seguirão, e não serão poucos. Por uma razão muito simples de apreender. O ser humano é ele próprio e a sua circunstância. Acontece que a circunstância está a cair em desgraça porque ninguém suporta circunstâncias criadas por terceiros, especialmente por aqueles a quem não foi pedida opinião. Os casos português e espanhol, são disso paradigmáticos. Acabaram a dar voz a quem, fôra a circunstância normal, estariam a procurar emprego, caso houvesse alguém disponível para o proporcionar. Quanto às "direitas", o melhor mesmo é nem sequer tentar percorrer essa estrada. O que aparece de "novo", carrega em si as caras de um passado recente que toda a gente quer esquecer, e já. Estão tão impregnados da sua própria empáfia que nem essa triste singeleza conseguem captar. O que há de velho, não passa disso mesmo. Já nada tem para trazer para cima do coreto. Entreteve-se apenas a envelhecer. Próprio de gerações a quem nada faltou. Eu incluído.
Onde estão os que vêm atrás de nós? Porque se o futuro que se apresenta a escrutínio é o que passa pelas jotinhas partidárias, estamos conversados.
Não haverá sequer futuro.