terça-feira, 19 de janeiro de 2010

A força de um poema.

INVICTUS

Out of the night that covers me
Black as the Pit from pole to pole,
I thank whatever gods may be
For my unconquerable soul.

In the fell clutch of circumstance
I have not winced nor cried aloud.
Under the bludgeonings of chance
My head is bloody, but unbowed.

Beyond this place of wrath and tears
Looms but the horror of the shade,
And yet the menace of the years
Finds, and shall find me, unafraid.

It matters not how strait the gate,
How charged with punishments the scroll.
I am the master of my fate:
I am the captain of my soul.

(William Ernest Henley)


Este poema de Henley, empresta o título ao último filme de Clint Eastwood.
Este poema, manteve Mandela "vivo", durante o seu longo cativeiro.
Este poema, cometeu a proeza de construir a primeira ponte entre dois povos que, afinal, era apenas um. E, seguramente, pela via mais improvável. O rugby. Desporto das elites brancas na África do Sul.
Este poema, levou-os à conquista do Campeonato do Mundo em 1995.
François Pienaar ( o capitão da selecção ) percebeu e interiorizou a mensagem de Mandela, quando o chamou ao seu gabinete e lhe revelou aquele "pequeno segredo".
Esta é a única dimensão de Mandela que vai ficar para a História. E que dimensão!
Eastwood e uma magistral interpretação de Morgan Freeman, purgam a história do seu lado "lamechas", tão do agrado da análise política e projectam-na com a força de um murro no estomâgo.
Ontem vi o filme.
Ontem comovi-me.
E comove-me tanto mais, quanto não sou capaz de ser assim.