quarta-feira, 24 de fevereiro de 2010

Este país não existe.

"Aproxima-te um pouco de nós e vê.
O país perdeu a inteligência e a consciência moral. Os costumes estão dissolvidos, as consciências em debandada, os caracteres corrompidos. A prática da vida tem por única direcção a conveniência. Não há princípio que não seja desmentido. Não há instituição que não seja escarnecida. Ninguém se respeita... Ninguém crê na honestidade dos homens públicos...A classe média abate-se progressivamente na imbecilidade e na inércia.
[...]
A ruina económica cresce, cresce, cresce. As quebras sucedem-se. O pequeno comércio definha. A industria enfraquece...O Estado é considerado na sua acção fiscal como um ladrão e tratado como inimigo.
[...]
O país vive numa sonolência enfastiada. Apenas a devoção insciente perturba o silêncio da opinião com padre-nossos maquinais.

Não é uma existência. É uma expiação."

Maio de 1871.

Quem precisa da actual imprensa, quando se tem as Farpas à mão de semear!
Entre Maio de 1871 e Fevereiro de 2010, opto pelo primeiro.
Pelo menos, faz-me rir às escâncaras!