Enquanto a "classe política" reinante vai consumindo o seu tempo com jogos florais, começam, finalmente, a surgir as notícias - preto no branco! - que ninguém gosta de ver publicadas. As verdadeiras notícias. Que já não há forma de continuar a omitir.
Aquelas que são o verdadeiro prenúncio do que está para vir.
Ainda não chegaram ao ponto de ter coragem suficiente para lhe dar, em letra de forma, o nome assustador que realmente tem. A FOME.
Mas lá chegaremos. Infelizmente, lá chegaremos! E muito rápidamente.
Estão já aí ao virar da esquina, os dias em que muitos pais vão chegar a casa e, se calhar sem surpresa, constatarão que nada há no frigorífico capaz de saciar a fome dos filhos.
Como também nada haverá, capaz de atenuar a fome de vingança que esse mesmo pai sentirá naquele momento.
Voltará a descer as escadas, entrará no primeiro supermercado que se lhe atravessar no caminho, olhará à sua volta, cerrará os dentes e dirá para si próprio: poderão tirar-me tudo mas há algo que, enquanto tiver duas mãos ou não me derem um tiro, não vai acontecer! Os meus filhos não passarão fome.
E fará o que lhe compete: roubará.
E salte o primeiro capaz de lhe levantar um dedo acusador. Eu não serei, com toda a certeza.
Pela simples razão de que faria o mesmo. Sem hesitar.
A partir desse momento, tudo é possível.